sábado, 11 de abril de 2015

Ruínas de Milreu

As ruínas apresentam a descoberto um complexo edificado do século III d. C., constituído por uma casa senhorial de grandes dimensões, instalações agrícolas, um balneário e um templo. 

A área residencial, hoje visitável, aproveitou parte das construções da anterior "villa" e organiza-se em torno de um peristilo central - com 22 colunas -, que rodeia um pátio aberto com jardim e respectivo tanque de água. A "villa" foi embelezada com mosaicos, nomeadamente a nascente do peristilo, com a representação de fauna marinha. 

Achados de épocas posteriores sublinham uma longa tradição de Milreu como local de culto, demostrando-se que, a partir do século VI d. C., o edifício pagão foi transformado em igreja cristã. Este recinto foi também utilizado como cemitério em período islâmico. Só quando, na primeira metade do século X, as abóbadas ruíram, o sítio de Milreu foi provavelmente abandonado. Mas, nos inícios do século XVI, o local ganhou nova vida, quando sobre as ruínas há muito abandonadas foi erguida uma casa - único e precioso exemplar algarvio desse tipo de arquitectura civil com contrafortes cilíndricos.
Fonte: Flicker, por cons. maximus
A villa romana de Milreu constitui uma das mais representativas villae romanas do sul de Portugal. Situa-se no sopé da Serra de Monte Figo, perto de Estoi, a cerca de 7 km de Faro - a antiga Ossonoba. De facto, André de Resende, em 1570, atribuiu erradamente às ruínas romanas de Milreu a localização de Ossonoba. Esta falácia foi repetida na bibliografia até 1952, data em que Abel Viana faria irrefutável prova de que a antiga Ossonoba se encontrava sob o edificado do centro histórico de Faro.

Genericamente, trata-se de uma villa de peristilum, conservando o respectivo santuário bem preservado em alçado de tijolos, além de quartos de habitação, compartimentos de prestígio e termas. A leste deste núcleo central (pars urbana), desenvolve-se a área rústica da villa (pars rustica) e os vestígios de dois interessantes edifícios funerários romanos. Este conjunto arqueológico foi declarado Monumento Nacional em 1932, sendo desde então alvo de escavações sistemáticas e diversas intervenções de consolidação, conservação e restauro, particularmente do conjunto de mosaicos.

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